quarta-feira, outubro 29, 2014

SEGUNDO LIVRO: SEM DESTINO - HISTÓRIAS DE UM CÃO, 2015

SEM DESTINO – Histórias de um cão (2015)


Uma emocionante história de um cãozinho mais que especial. Com uma bela e confortável vida se vê abandonado por circunstâncias incompreensíveis para ele (e para muitos). Perambulando solitário e desnorteado conhece o melhor amigo e parceiro de sua vida, Magrão. Juntos enfrentam os problemas já conhecidos das ruas e muitos outros inusitados. Criam um laço, como um juramento de sangue, que será eterno. Como os cachorros vêem anjos, acabam adotados e protegidos por um, o Anjo dos Livros, que será o companheiro inseparável de muitas aventuras.Dificuldades, alegrias, tristezas e principalmente coisas do coração são abordadas. Músico, Magrão além de cantar, encantar, ter na música uma fonte de inspiração e sobrevivência, tem um projeto de levar a leitura para crianças, em especial as carentes, que vai dedicar a vida para executar – ele é um aficcionado por leitura e coleciona livros (daí o seu protetor ter sido apelidado de Anjo dos Livros). A história se passa nos arredores de uma grande praça, muito movimentada, mas com ar bucólico e diversos personagens interagem e participam da vida e da história dos dois (e alguns dos três). É recheada com grandes momentos humanitários e solidários. A história também foi concebida para, além de emocionar, questionar e incentivar o questionamento. Momentos de reflexão nos abordam durante todo o romance. E como não poderia deixar de ser, aguarde um final surpreendente.A história (em partes, narrativa) se dá pela visão do cachorrinho do mundo ao seu redor. O personagem Magrão é baseado em um morador de rua na vida real, Sérgio Gomes, meu amigo, por quem tenho grande estima e admiração. Ele é personagem de meu primeiro romance, agora do segundo e fará parte do terceiro, completando a trilogia, porém sem ligação entre as histórias.Existe algo mais entre o racional e o irracional. O irracional pode não ser como fizeram você acreditar.


Grande abraço,
Ulisses Andrade

PRIMEIRO LIVRO: STATUS QUO - HISTÓRIAS DA VIDA, 2013

“Status quo, forma nominativa abreviada da expressão in statu quo res erant ante bellum, é uma expressão latina que designa o estado atual das coisas, seja em que momento for.” Wikipédia

A narrativa deste livro contempla a vida cotidiana de alguns personagens com suas alegrias e tristezas, sempre acompanhadas de sensibilidade e particularidades.


É uma história em que o amor se apresenta como algo superior, imbatível e acima de tudo; com o sofrimento, as angústias, as necessidades, os erros e acertos que todos nós, seres humanos, deparamos todos os dias.
Alguns textos e poesias do autor são oportunamente adaptados aos personagens em circunstâncias adversas.

Enfim, é um livro para se pensar. “Será que eu estou fazendo tudo o que deveria ou vou esperar que seja tarde e lamentar?”
STATUS QUO - Histórias da vida é o primeiro livro de Ulisses Andrade e está disponível nas melhores livrarias...

Grande abraço,Ulisses Andrade

FRASES PRÓPRIAS

A palavra ideal é entendida mesmo sem ser proferida

Nenhuma paisagem é tão perfeita quanto aquela que tem a moldura da viseira do meu capacete...

Eu tenho muitas pedras no sapato, mas elas nunca vão me impedir de andar

E eles dizem que vamos viver pouco... Ah, eles morrem de inveja da gente!

A beleza pode estar escondida, mas vai sempre ser beleza

Qualquer um pode calar a minha voz, mas só Deus calará meus pensamentos

As vezes é necessário ficar calado para ouvirem a voz do seu coração

Eu sou sim a voz dos descalços e apesar de ser racional não me expor, nunca serei irracional a ponto de desistir

Pago pra ver! Parcelado mas pago...

A culpa é do "SE" e do "QUASE": SE não existisse o QUASE, tudo seria perfeito...

Os infelizes amenizam suas frustrações evidenciando o erro alheio. Só esquecem que o que lhes falta é a coragem de tentar.

Um incapaz jamais dará valor a capacidade de outra pessoa

Que adianta ser 220 se a tomada é 110?

Não fique me lembrando das minhas obrigações, lembre-se de agradecer pelos meus atos

Ter uma razão para viver é obrigação, ter várias é sorte!

O fotógrafo é o poeta que faz da imagem a sua rima perfeita

Quando estou triste uso minha segunda personalidade que é feliz sempre!

O pai de todos os erros é a falta de humildade para assumi-los

Só quem não tem nada é feliz (sempre), não tem nada a perder (nunca)...

As forças exteriores não conspiram contra você. Você mesmo conspira contra você. A capacidade dos outros não torna você incapaz. Vá a luta!

Onde bate um coração há vida. Onde batem vários corações há amizade.

A fotografia é o sexto sentido humano. Ela aguça o cérebro que aciona os outro cinco sentidos.

Nenhum sonho é impossível, mas todos podem ser destruídos...

A intensidade não depende da chama, depende da proximidade.

Quem espera sempre al(cansa).

Se os outros acham que você é louco, procure ajuda. Se você acha que você é louco, procure uma clínica. Agora, se você tem certeza que é louco, compre uma moto e procure a gente!

A incerteza que me persegue me dá a certeza que nada é certo.

A vida é simplesmente um círculo. Um círculo mágico, ora estamos por cima, ora estamos por baixo.

Se você não está preparado para ajudar, você não vale a pena.

A nuvem negra atrapalha o brilho da estrela, porém a nuvem negra passa, a estrela fica e continua a brilhar

Se eu fosse você eu não seria ninguém

Deus te dá agulha, o diabo o palheiro

Minha estrada é a vida e vou até o fim

O que eu consigo com uma flor você não consegue com uma arma

Você pode tirar tudo de mim, até minha vida. Mas nunca meus sonhos...

Eu sou tudo o que eu quiser ser

Conta mágica: quanto mais se doar mais se cresce...

Não fica me olhando que eu não sou vitrine

A maior vitória que existe e aquela que todos duvidam

O melhor remédio para stress é a visão da faixa incontínua de uma estrada

Você tem que beijar muito sapo para encontrar um príncipe, as vezes até engolir alguns!

O egoísmo é o primeiro sintoma da contaminação pelo ódio

Jovem eu já fui você ontem, vamos ver se você vai conseguir ser eu amanhã

Eu não sou músico mas vivo tocando a vida

O homem vai destruir toda a natureza, acabar com a água do planeta, pintar o céu de cinza... Tudo para enriquecer. Depois pegará o dinheiro todo e comprará um novo planeta para morar.

Os oportunistas são pequenos mentirosos que vem e vão em nossas vidas, mas nunca conseguem instalar-se realmente ou fazer parte dela pois são vazios e egoístas

Nossa vida é como uma bolinha de sabão... Não importa quanto tempo dure e sim o colorido que ela possa exibir...

Nunca cobre de seus filhos o caráter, a humildade, a moral e os valores que você não tem

Felizes aqueles que tem a humildade de dar a outra face, dias, meses, anos... Sem perder a fé

Mosca que se preze não pousa em sopa fria

De vontade também se vive. de sonho também se morre

Ética é aquela coisa que não te deixa nenhuma dúvida de que forma você deve agir. Sempre.

Vivemos em tempos que até pra ter cara de pau só pode se for de madeira de reflorestamento

Um bom vinho torna todas as refeições adoráveis

Se você teme qualquer coisa nesta vida é porque não acredita realmente em Deus

A minha consciência é a melhor guardiã da minha vida

Eu tenho muito a dizer mas alguns só merecem o meu silêncio

A buzina foi feita para cumprimentar as pessoas, a menos que você seja um idiota

No dia que a minha voz se calar definitivamente, meus atos povoarão a mente e muitos

...e este imã que eu tenho que só atrai gente boa pro meu lado é incrível!

Escrever qualquer um escreve... Quero ver aceitar a crítica de quem lê

E pensar que no tempo de Adão pecado era só comer a maçã...

Se você não entra para ganhar é melhor ficar na arquibancada torcendo

A grande sacada é compartilhar nossas diferenças. E misturar tudo!

Marchemos sem parar na luta contra a discriminação e exclusão

Com a mesma facilidade que eu aplico o amor eu poderia causar o terror. É só uma questão de escolha.

Existem 3 grupos de pessoas: As que tem valores, as que tem valore$ e as que não tem nenhum dos 2...

Com um mundo tão imenso e com tanta gente boa, muita pretensão a sua em achar que estou pensando logo em você!

Deus, porque não me dá mais braços para ajudar toda essa gente que precisa de mim?

Você acha que me tira do sério, que me tira o sono, que me tira a paciência... Mas você não me tira nada!

Hoje, por ironia, faltam ovelhas negras. Elas é que mudam o mundo, porque as outras só fazem a mesma coisa

Sua voz vai cessando, vai sumindo, vai falhando... Até que um dia ela para de vez. Mas as suas ideias, se bem plantadas, nunca vão sumir

Me perdoem os brutos, mas acho uma insanidade sem tamanho ver dois seres que se dizem humanos e inteligentes, lutando até sangrar ou morrer. E outros tantos como estes com sangue a flor da pele, torcendo. Não há ganhadores, todos perdem.

Eu não sei dizer, uma palavra sequer, que fuja da verdade. Então, nessa hora, melhor calar e escutar.

Se o gato preto, na sexta feira treze, passar debaixo da escada ele vai ter azar?

Nunca se esqueçam das rosas. Quer as rosas, sejam elas rosas ou não, sempre sejam mais rosas que a rosa radioativa.

Meu coração tem porta. meu coração também tem janela. Porta para estar sempre aberta e janela para a luz do sol entrar.

Despertai, minha gente! Libertem-se das redes e voltem a sonhar! Sem sonhos não existem objetivos!

Eu não escrevo apenas, eu sinto e vivo tudo o que eu penso e acredito.

Uma lágrima contém: Sonhos, amores, ideais, felicidades, alegrias, sucessos, vitórias... Vai tirá-la de alguém?

Pensar grande é minha paz, mente aberta e cada vez mais o EXAGERO me seduz, qualquer estrada me conduz!

Procriar é apenas um ato ligado a reprodução humana. É natural e não requer experiência. Ser pai ou mãe é diferente e impossível de se ensinar.

Não adianta promessas se você não acredita em milagres.

Felicidade, tal qual a palavra, é formada por junções.

Eu sempre tenho um plano B para tudo. E sempre ele que eu uso, acho o plano original tão sem emoção!

Para recarregar minha bateria bastam uma guitarra, um baixo, uma gaita e uma bateria!

Um salve aos iguais pois graças a eles é que surgiram os diferentes

Eu tenho tudo o que eles não tem: Experiência, paz, sabedoria, humildade, luz, paciência... Mas eles tem a juventude!

A própria sociedade está criando os monstros de amanhã. Estão alimentando a nova geração com discriminação, intolerância e falta de valores. Temei, pois eles crescerão!

Talvez (tão somente talvez) eu não mude o mundo, mas ainda acredito que verei a ala das baianas dançando rock and roll

Conquistar o mundo não teria nenhum valor se eu não conquistasse primeiro a minha família e meus amigos. Eles são meus portos seguros.

Melhor um pequeno notável a um grande falsificável.

Sou como uma máquina de escrever antiga... Se aperta escrevo forte, se afrouxa escrevo torto

Roubar dos ricos e dar aos pobres não é delito e sim redistribuição de renda

Quando a gente cansa de ser formiga dá pra virar cigarra?

Se: Pensar é para poucos, agir é para os corajosos, lutar é para os valentes, vencer é para os fortes, convencer é para os inteligentes, o que fica para o meu povo que move este país? Só a novela?

Ok, Elite! Façam suas doações ao criança PERVERSERANÇA e durmam em paz. Mas continuem tratando mal seus serviçais, pois ninguém está vendo!

Para que os gigantes possam enxergar as formigas eles tem que se curvar... Não dê atenção a pessoas tolas, elas passam tão rápido pela sua vida que tornam-se insignificantes...

Consciência faz dueto com a inteligência, se uma não está a outra também não está!

No meu silêncio existe muito barulho

O pequeno sonha pequeno e resolve o singular. O grande pensa grande e resolve o coletivo. Você pode, basta querer!
Ter dinheiro é uma moleza... Quero ver é ter princípios e valores!

Sonhar é para todos. Acordar e concretizar só para os iluminados... 

Muitos te odiarão, muitos te invejarão, mas os poucos que te amarem farão toda a diferença...

 

Praça da Árvore

Árvore feita, que enfeita a praça
Faz-me transbordar de nostalgia
Traz-me esperança e lembrança
Dá-me paz, inspiração e alegria

Lembrar que te vi ainda criança
Acompanhei tuas primeiras chuvas
Enrolei teus galhos, tua única trança
Bailei ao redor de tuas curvas

Respeitei teu inocente desejo
De dar-me frutos o ano inteiro
Além de sombra com o gotejo
Da tua seiva, como primeiro

Bem aventurada é tua mãe, natureza
Sábia, inteligente, mas implacável
Que nos uniu na alegria e na tristeza
E rogou que te fosses sempre amável

Hoje é pé (corpo inteiro) de flor
Folhas verdes, tronco desenhado
Tem como fruto principal o amor
E como guardião tem-me ao lado

Quero espalhar tua semente
Transformar mudas de plantas
Em árvores que são como gente

Como tú, que aos poetas encantas

Deusa Flor

Que a flor, Deusa da beleza
Transforme arco íris em verbo
Arco irisando leveza e pureza
Dando-nos o sentido certo

Faça do preto e branco
Colorido como a natureza
De onde provém, e tanto
Prova sua real realeza

Exija, mais e mais de mim
Um simplório espantalho
Cuidar sempre de ti assim
Cada vez com maior esmero

E, por último, mas tão importante
Deleite-me com o prazer
De te ver tão constante
Quanto minhas pálpebras possam bater





Saudade pra que?

Mata mesmo sem nem perto estar
Dói sem nunca ter que apertar
Vem sem a gente convidar!

Vamos fazer assim, ô Dona Sá
Passe por aqui só para visitar
Mas não faça barro em meu pisar
Tampouco peça chá, nem pousar

Porque de ti gosto só um pouquinho
Pra ter certeza que meu sonhar
Faz muita falta, chega a dar um nozinho
Na garganta e vontade de chorar

Seja minha amiga, sem petulância
Pois saudade permito apenas da infância
Já que não há remédio contra lembrança
Nem meio de voltar a ser criança




Beleza

Tenho tido pouco tempo para escrever
Mas meu coração pulsa cada dia mais
Em palavras, amor, calor, emoção e paz
As minhas mãos estão aprendendo tecer
Atentos, meus olhos estão por todo lugar
Minhas pernas só param após anoitecer
E minha mente só faz pensar e criar

Dignificar, valorizar e aperfeiçoar a beleza

Liberdade

A liberdade é algo que se valoriza mais quando não se tem. O cerceamento de sua liberdade abre sua mente para o querer. Querer conhecimento, querer estudo, querer cultura. Porque não é assim quando a temos? Simples... A sensação de bem estar que a liberdade proporciona nos coloca na defensiva, pois teoricamente podemos fazer o que quisermos. Então porque fazer hoje? É tudo nosso, nós estamos tranquilos. E assim acabamos por abrir mão de seu uso, abrindo espaço para que comecem a nos privar dela novamente, e isto torna-se um vicio.
O que não percebemos é que a cada ciclo completo deste processo perdemos um pedaço dessa liberdade. E a cada vez que a reconquistamos ela vem menor. E não nos damos conta. Sempre o alívio que ela traz já nos conforta, mas provavelmente não a usaremos de novo.
O que nos falta é o poder decisivo sobre nós mesmos, de rumar nossas carreiras, nossas vidas, o futuro que sonhamos aos nossos filhos, enfim, buscarmos com afinco o que realmente queremos. Lembre –se que nem sempre querer é poder. Mas se podemos, porque não querer? Liberdade: Use-a, pois a próxima oportunidade pode levar anos...

Parodiando sobre a situação atual de nosso país (se é que podemos fazê-lo) o que vivemos é um rescaldo mal sucedido, uma pós ditadura, uma contra cultura no sentido pleno e absoluto das palavras. O fator que leva alguns (muitos, talvez) a cogitar comparar a situação atual com o tempo de militarismo, pendendo para o que deveria ser banido permanentemente do mundo, a ditadura – seja ela em qualquer aspecto ou condição, lembrando que ela vem de mãos dadas com a perda da liberdade, dos seus direitos, mantém a violência (que deixa de ser do lado proibido e passa para o lado da lei) e gera um atraso que resulta nas condições que temos hoje. E não ouse dizer que democracia é isso que vemos nos nossos políticos pseudo-intelectuais, cultuadores de padrões e líderes ultrapassados com pensamentos infundados e duvidosos que assolaram desde a antiga União Soviética e se alastraram pelo mundo, criando falsos mártires, magos da verdade, adotem eles ou não sobrenomes como Hitler, Hussein, Kadafi, Chávez, Mussolini, Sung, Jong e tantos outros, mas que chegaram ao sucesso em seus projetos utilizando a mesma técnica: A ignorância e inocência do povo. Pense, nós não vivemos uma democracia em sua plenitude, vivemos um pós modernismo da ditadura, com ditadores disfarçados de democratas em busca da perpetuação e fortalecimento de sua espécie, passando o poder de pai para filho. E eles se reproduzem com tal agilidade e versatilidade que deixam coelhos envergonhados, até os que saem da cartola...

Amorboletas

Reta para baixo, direita, reta para cima, curva, outra curva
Eram as borboletas a voar, em círculos com muita ação
Confuso fiquei, quase me enrolei, mas acompanhei!
Entendi! Amorboletas em formato de coração!
Reta para baixo, direita, reta para cima, curva, outra curva

Termina o ciclo. Depois elas viram Belagartas...

Welcome to my world (Ao amigo Xico Bala)

Entre, você é meu convidado. Meu mundo não tem inimizades.
Entre, fique a vontade. Meu mundo não é perfeito, mas sou só coração.
Entre, aqui todos são especiais. Meu mundo não tem discriminação.
Entre, venha pra ficar. Meu mundo cabe um mundo de gente.
Entre, vale a pena. Entre e fique!

Fique, você vai gostar. Seu mundo será colorido.
Fique, há outros como você. Seu mundo será de paz e harmonia.
Fique, você faz parte. Seu mundo será o meu mundo.
Fique, mesmo que alguém se vá. Seu mundo não será em vão.
Fique, eu preciso. Fique e não vá embora!

Volte, você faz falta. Nosso mundo está a lhe esperar.
Volte, traga a sua alegria. Nosso mundo tem uma dor.
Volte, precisamos de você. Nosso mundo não é mais o mesmo.
Volte, não demore. Nosso mundo só tem suas lembranças e fotos.
Volte, espiritualmente. Fique em nossas mentes.
Todos nós juntos pensamos em você. Esse é o nosso mundo.



O Sol

O Sol, por si só, já é uma realeza. Seus cabelos dourados, mesclados em tons mais claros e tons mais escuros. Dotado de força e beleza. Sua altitude e distância. Seu tamanho. Capaz de dar continuidade ou não à vida de seres terrestres e de outro planetas... Picasso o pintaria feito moderno, senhor do tempo, talvez com formato de relógio. Fernando Botero o pintaria ironicamente redondo, de proporções exacerbadas. Claude Monet o fez, com tão poderosa impressão que ao vê-lo podemos até imaginar uma odisseia, tal profundidade da cena. Leonardo da Vinci certamente o faria calculado, assimétrico, de anatomia conceitual e com uma certa poesia. Mas Portinari... Portinari o pintaria simples, entre luas e planetas com igualdade de intensidade e tamanho, provavelmente no campo. Não o espelharia à horizontes de águas multicolores não navegadas e sim a terras com rachaduras da seca e povo de pele castigada. Viva Portinari!

Janelas da vida

Da janela do quarto de hospital seu pai e amigos observam seu nascimento. Você não pode ouvi-los, mas sente a presença deles. E a vida segue.
Da janela da escola sua mãe observa seu primeiro dia de aula. Você não pode ouvi-la, mas acena com carinho. E a vida segue.
Da janela do ônibus escolar você observa seus amiguinhos. Você não pode ouvi-los, mas entende o gesto de cada um. E a vida segue.
Da janela de sua faculdade você é observado por uma grande empresa. Você não pode ouvi-la, mas ela vai te oferecer muito dinheiro e a sua vida vai mudar.
Da janela de sua casa você observa a rua. Do lado de fora uma criança pede pão, mas você não pode ouvi-la. E a vida segue.
Da janela da sua sala no trabalho você observa seus funcionários. Do lado de fora um trabalhador pede paciência. Mas você não pode ouvi-lo. E a vida segue.
Da janela do seu carro você observa a paisagem. Do lado de fora pés descalços pedem piedade. Mas você não pode ouvi-los. E a vida segue.
Da janela do avião você observa o mundo. Do lado de fora o povo pede igualdade. Mas você não pode ouvi-los. E a vida segue.
Da janela de seu caixão você observa as crianças, seus funcionários, os pés descalços e o povo, todos chorando sua morte, e pede perdão. Mas eles não podem te ouvir.
E a vida segue.  

Consciência

Quando temos que parar e apontar para algo, me lembra discriminação. Um ato de ter que separar um dia do ano para se celebrar algo que deveria ser respeitado cotidianamente me lembra discriminação. As cores que devem ser defendidas são as cores da paz, da harmonia, da humildade e da fraternidade. Ao destacarmos uma data para disfrutarmos de um benefício como um feriado, onde a maioria não está preocupada com o santo, mas apenas com o milagre, estamos também disseminando a discriminação. Quem se lembrou de utilizar o seu dia livre para fazer algum ato humanitário? Mas aposto que muitos lembraram de fazer suas comemorações pessoais, regadas a muita fartura. Para os descalços que perambulam pelas calçadas pouco importa se é ou não feriado; o país não lhes proporciona oportunidades de trabalho. Pouco importa se o dia está livre; as condições em que vivem não lhe permitem que façam festas. Pouco importa se está sol; pois a chuva, pelo menos, lhes proporciona um banho (mesmo que involuntário). Livrem-se dessas correntes e mordaças que maquiam e escondem a sociedade primata em que vivemos, onde uns desperdiçam água em suas piscinas e outros não a tem nem para saciar a sede, e vamos lutar por uma melhor distribuição de renda.

Freguesia do Ó (número sei lá qual)

O local, bucólico, lembra uma pequena cidade do interior. A igreja Matriz, imponente e calma. Os bares e restaurantes ao redor como fiéis. Muita gente andando descontraidamente pela praça, ao redor da igreja... Se veem alguns prédios, estão perto mas enganam a nossa visão fingindo-se distantes. Fundada em terras herdadas por Manuel Preto, um bandeirante paulista, dos maiores sertanistas – longe de ser um mártir libertador - este caçava índios para escravizá-los. Chegou a prender tantos em sua capela de Nossa Senhora da Expectação do Ó que até os dias de hoje vemos alguns escravos circulando pelos arredores. Escravos das drogas. Escravos do abandono do Estado. Vítimas da violência urbana que assola o país. Em meio a esses neo-zumbis tupiniquins surge uma figura de porte avantajado (não vertical, mas horizontal), olhar de tranquilidade e muita afeição que, gentilmente acena para uma moça que passa do outro lado da rua. Logo em seguida abre a porta para um senhor que está à sair do seu carro. Após observá-lo alguns instantes é inevitável não perceber que trata-se de um “flanelinha”. Mas não um “flanelinha qualquer”, “O flanelinha”. Percebe-se facilmente que é bem relacionado, muito educado e querido pelos comerciantes e frequentadores do local. Leva o negócio como uma extensão de seu trabalho (trabalha durante o dia em uma empresa), todas as noites e aos finais de semana. Exemplo de batalhador. Exemplo de honestidade. Mais exemplares desses transformariam o bairro, a cidade, o país e até o mundo. Mas, os holofotes da praça, só iluminam a igreja. 

Assim

Sou desbravador de terras conhecidas, mas esquecidas. Trilho novos caminhos nos já percorridos. Sou essência. Estou. Sempre estou. Procuro definições ambíguas para poder escolher o lado bom e humano. Perco tempo, ganho vida, escolho. Escolho ser simples, viver muito, valorizar esforços. Somos todos conchas, no infinito mar. As pérolas estão nas pessoas batalhadoras. Estão nas mães de duplas e triplas jornadas. Estão naqueles que pouco tempo tem pra descansar. Incansáveis! A vida é um eterno palco, onde artistas encenam as lutas da vida real. Onde palhaços nos divertem e se divertem nos coletivos lotados. Onde nossos modelos desfilam humildemente varrendo calçadas. Onde o pão é dividido não importa em quantas partes. Isto é apenas parte do que sou. As outras partes estão por ai, aventurando-se em mochilas pelas estradas, nas tralhas dos indigentes que transitam silenciosamente pela cidade. E também nos loucos que andam por ai, falando sozinhos e acreditando em um mundo melhor...

Clarão

O momento em que uma estrela cadente faz seu caminho, tão épico, quão sozinho
Que impressão nos faz de cair o seu reluzente clarão, jamais virá ao chão
Trilhará pelo espaço horizontal, já pintado com esmalte escuro, mas infinito e puro
Sua grandeza ancestral, aos olhos pequena, que seja, mas sempre acesa
Nos reserva a sorte da contemplação e de um pedido, sempre escondido
Que realizar-se-á imediatamente nos iluda atrás de seu próprio véu, no céu
E se misture, com extrema destreza, à primeira constelação que veja
E enfim sinta o ensejo de transformar o seu desejo com muito cortejo
Feito força de gravitação, planetas em rotação, que mantém a tradição

Acredite, a sorte teve a sorte de te encontrar. E vai te iluminar...

Arrependa-se

Arrependa-se de não ter chorado
Arrependa-se de não ter acreditado
Arrependa-se de não ter ficado
Arrependa-se de não ter voltado

Arrependa-se de ter tido medo
Arrependa-se de ter tido preguiça
Arrependa-se de ter tido segredo
Arrependa-se de ter tido cobiça

Arrependa-se de ter vivido muito depressa
Arrependa-se de ter vivido por um triz
Arrependa-se de ter vivido de promessa
Arrependa-se de ter vivido infeliz


Arrependa-se do seu arrependimento

Filhos

Existem determinados seres que nada tem de humanos. Tratam a vida alheia e até a própria sem nenhum valor. Tiram-na dos outros como se fossem Deuses poderosos e donos da justiça, fazendo sem cerimônias, por causa de um celular, de um veículo qualquer. É certo que isto não nos dá o direito de agir por conta própria, nem de fazer justiça com as próprias mãos. Existe um Deus, acima de tudo e de todos que um dia nos cobrará explicações. E deles também. E será severo com quem deve ser. O que leva a essa banalidade pela vida são os inúmeros meios que valorizam cada vez mais o que se tem em detrimento do que se é. Enquanto o conteúdo valer menos que a embalagem o mundo será assim. E será pior a cada dia caso não eduquemos nossos filhos para serem pessoas melhores, responsáveis, solidárias e humildes. Nós somos responsáveis pelo futuro das novas gerações. Nos preparemos então. Nós somos responsáveis pela continuidade do ser humano. 

Eles venceram

Entre cacos e pedaços
Esportes que não criei
Vivo contrariado, sem passos
Vivo num mundo sem lei
Sem alguém que me represente
Vendo a necessidade dessa gente
A minha gente, que foi gerada
Da mesma árvore, da mesma semente
Bem que procurei, mas não encontrei
O zelo que nossos governantes
Deveriam ter com seus eleitores
Mas só vejo gente pela calçada
Jogadas nos hospitais, em corredores
Gente sofrida e maltratada!
Minha gente, pobre gente...
Que vai comprar em muitas prestações
Uma nova tv e se sentirá contente
Porque tudo que resta a nossa gente
É uma utopia velha e ultrapassada


Tu, que levas o T maiúsculo

Eu te encontro e somos nós
Não te encontro e fico a sós
Sozinho eu não tenho coragem
Você é a fé, fui feito a Tua imagem
Desarmado de Ti caio em armadilhas
Tropeço em pequenas valetas
Não ando em linha reta
Não tomo decisões certas
Crio cantos e poesias
Que não me representam
Conheço todas as seitas
Elas sempre me aceitam
Mas é a força em Ti que procuro
A visão pelo seu olhar
Que me guia no escuro
E me faz o caminho acertar








Dias

Dias me faltam para algo
Dias me sobram para a falta
Eu penso no seguinte, dia após dia
Ele pode mudar minha alma
Eu tanto relutei e evitei
Mas ele veio quando eu não via
Distraído, esquecido... Ele me pegou
Quase pego ele, bem que tentei!
Mas a vida renova e é dia
De começar e recomeçar
Algo novo que ainda não inventei
Algo velho, que sempre temi
Temo mas não tremo, diante de nada
Pois uma coisa que aprendi
É que quando é chegada a hora
Há de se ter que partir
Seja de corpo ou de alma
Seja como eu li ou escrevi
Atitude. Bato palma.
Encarno. Eu já bem que mereci.
Talvez eu erre por uns dias
Talvez eu erre por uma vida
A vida talvez erre por mim
Talvez eu nem mereci.




Mães

Com sua inteligência, guiai os nossos caminhos
Com seu olhar terno, vigiai a nossa conduta
Com seus lábios mélicos, segreda em nossos ouvidos
Com suas mãos afáveis, dê-nos suas bênçãos
Com seu colo fraternal, aconchegue-nos
Com seus pés ágeis, resgatem-nos, se preciso
E com seu ventre abençoado, dê-nos a vida eterna

Nós, que só existimos por vós, honramos-te.


Greve de fome

Estou a alguns dias sem comer. Me faz mais falta a água do que o pão. O pão, que pouco tive. A garganta seca. Sinto o estômago já tão colado que não faz mais sentir dor. A única dor verdadeira vem da alma. Alma que sentirá a leveza em pouco tempo, se assim Deus permitir. Um sofrimento interior corrói os meus nervos, deixando a certeza de que nada mais pode ser feito. Se visse-me, meus olhos fundos e minha voz pálida, com certeza pensaria em fazer alguma coisa. Mas é tarde. Eu não quis que fosse assim, talvez você também não quisesse. Mas estava tão ocupado, preocupado com sua aparência e em comprar bens, que acabou esquecendo de mim e de outros tantos pelo mundo. Uns até tão perto de você. Quando ultrapassamos a barreira do útero materno éramos iguais. Tenho dó de você. Assim que eu chegar ao céu, pedirei à Deus que não deixe faltar nada importante para você...



Cavalos calados

Dois cavalos estavam pastando. Não estavam preocupados com a falta de chuva e o racionamento de água. Dois cavalos estavam pastando, eles eram marrons. Não estavam preocupados com a creche da prefeitura que estava fechada havia dois anos. Dois cavalos estavam pastando, tinham pelos brancos no final das patas como se fossem meias. Não estavam preocupados se na cidade não havia um posto de saúde nem médicos. Dois cavalos estavam pastando, eles tinham a crina espessa e brilhante como se fossem enceradas. Não estavam preocupados com as crianças que não estavam na escola, pois tinham que ajudar no trabalho. Dois cavalos estavam pastando, eles tinham os rabos compridos, eram pretos e lisos. Não estavam preocupados com a falta de saneamento básico e a disseminação de doenças entre os moradores. Dois cavalos estavam pastando, mas eles foram roubados e foram pastar em outra freguesia. Não estavam preocupados se a segurança era precária e as leis eram falhas. Dois cavalos continuam pastando, eles tem sorte de serem apenas cavalos. É o povo da minha terra que pasta de verdade nesta vida.

Sinto... Muito.

Eu sinto o ar puro do campo
Eu sinto o perfume das flores
Eu sinto a natureza em minha pele
Eu sinto o bem, o amor e a vida
Eu sinto falta daqueles que amo
Eu sinto vontade de mudar o mundo


Eu sinto pena de você que tem medo de se entregar...

Inconstante

E esse vento que bate agora
Traz sonhos, ilusão e futuro
Traz frio, memórias de outrora
Leva a tristeza e todo o escuro
Nos pede agasalhar pra aquecer
Com cobertas e chá quente
Ficar juntinho até o anoitecer
E torcer que mais e mais vente
Dá algumas brechas pro sol
Só pra gente não esquecer
Que a felicidade mora num atol
E que só quem ama pode entender
Esse bem querer, se houvesse verbo
Faria vem ser sinônimo de vencer
E sopraria canção no seu ouvido
Juntando sons, palavras e vidas
Trazendo pra perto o mais escondido
Dos encantos das paixões incontidas


Vida

Com a maestria de um regente
Deus toca a vida da gente
Quem o seu instrumento tocar
Em favor dos irmãos e do lar
Jamais há de se perder
Jamais há de padecer!
E com música bem tocada
Conduziremos nossa estrada
Plantando e colhendo o melhor
Ensinando e aprendendo o amor


Vogais por nós

 Torcemos
Que a chuva caia
Que a alegria não saia
Que o amor não traia
Vivemos
Para que a vida semeie
Para que a felicidade reine
Para que a paixão incendeie
Sabemos
Que o entusiasmo vai
Que o que é certo cai
Que o novo distrai
Mas
Se o inicio é cão
Se o meio é vão
E o final é são
Devemos
Abrir nosso baú
Pedir ao céu

Amar sempre. Tchau.

domingo, fevereiro 16, 2014

Clarão


O momento em que uma estrela cadente faz seu caminho, tão épico, quão sozinho

Que impressão nos faz de cair o seu reluzente clarão, jamais virá ao chão

Trilhará pelo espaço horizontal, já pintado com esmalte escuro, mas infinito e puro

Sua grandeza ancestral, aos olhos pequena, que seja, mas sempre acesa

Nos reserva a sorte da contemplação e de um pedido, sempre escondido

Que realizar-se-á imediatamente nos iluda atrás de seu próprio véu, no céu

E se misture, com extrema destreza, à primeira constelação que veja

E enfim sinta o ensejo de transformar o seu desejo com muito cortejo

Feito força de gravitação, planetas em rotação, que mantém a tradição

Acredite, a sorte teve a sorte de te encontrar. E vai te iluminar...

Consciência


Quando temos que parar e apontar para algo, me lembra discriminação. Um ato de ter que separar um dia do ano para se celebrar algo que deveria ser respeitado cotidianamente me lembra discriminação. As cores que devem ser defendidas são as cores da paz, da harmonia, da humildade e da fraternidade. Ao destacarmos uma data para disfrutarmos de um benefício como um feriado, onde a maioria não está preocupada com o santo, mas apenas com o milagre, estamos também disseminando a discriminação. Quem se lembrou de utilizar o seu dia livre para fazer algum ato humanitário? Mas aposto que muitos lembraram de fazer suas comemorações pessoais, regadas a muita fartura. Para os descalços que perambulam pelas calçadas pouco importa se é ou não feriado; o país não lhes proporciona oportunidades de trabalho. Pouco importa se o dia está livre; as condições em que vivem não lhe permitem que façam festas. Pouco importa se está sol; pois a chuva, pelo menos, lhes proporciona um banho (mesmo que involuntário). Livrem-se dessas correntes e mordaças que maquiam e escondem a sociedade primata em que vivemos, onde uns desperdiçam água em suas piscinas e outros não a tem nem para saciar a sede, e vamos lutar por uma melhor distribuição de renda.

O Sol


O Sol, por si só, já é uma realeza. Seus cabelos dourados, mesclados em tons mais claros e tons mais escuros. Dotado de força e beleza. Sua altitude e distância. Seu tamanho. Capaz de dar continuidade ou não à vida de seres terrestres e de outro planetas... Picasso o pintaria feito moderno, senhor do tempo, talvez com formato de relógio. Fernando Botero o pintaria ironicamente redondo, de proporções exacerbadas. Claude Monet o fez, com tão poderosa impressão que ao vê-lo podemos até imaginar uma odisseia, tal profundidade da cena. Leonardo da Vinci certamente o faria calculado, assimétrico, de anatomia conceitual e com uma certa poesia. Mas Portinari... Portinari o pintaria simples, entre luas e planetas com igualdade de intensidade e tamanho, provavelmente no campo. Não o espelharia à horizontes de águas multicolores não navegadas e sim a terras com rachaduras da seca e povo de pele castigada. Viva Portinari!

Desistir jamais


Eu já confiei e fui traído. Mas não deixei de confiar.

Eu já acreditei e fui enganado. Mas não deixei de acreditar.

Eu já sonhei e fui acordado. Mas não deixei de sonhar.

Eu já amei e fui odiado. Mas não deixei de amar.

Eu já corri e cheguei atrasado. Mas não deixei de correr.

Eu já elogiei e fui magoado. Mas não deixei de elogiar.

Eu já me dediquei e fui desperdiçado. Mas não deixei de me dedicar.

 

Eu rezei e sempre fui atendido.

Por isso não deixo de confiar, acreditar, sonhar, amar, correr, elogiar e me dedicar.

 

Sou mais forte a cada dia. Sem perder a sensibilidade. Sem perder o foco.

quarta-feira, novembro 13, 2013

Gosto do que não gosto

Gosto mais da minha parte imperfeita, aquela que roga a Deus toda hora
Que pede perdão sempre e perdoa a quem sempre me desafora
Gosto mais da parte sensível que há em mim..., deixando-me como um livro ao vento
Expondo-me àquele que sem pudor me dá o tapa, na outra face, ao mesmo tempo
E gosto muito mais da minha quietude diante de tanta indignação
Que por vezes fala mais alto que minha voz, a chama dentro do peito
Que me reduz ao menor do menor ser, sem condição e sem ação
E me dá combustível pra viver mais e fazer cada vez mais bem feito
Gosto também deste meu jeito, meio sem jeito e sem sentido, sempre escondido
Mostrando força e naturalidade diante de qualquer situação adversa e diferente
Pois não tenho o tamanho de coragem que gostaria de ter, mas não fico arrependido
Pois sou verdadeiro, luto por justiça e não gosto de nada meramente aparente
Já não sei se gosto de quando estou assim, mas com um gesto fácil, mudo de mim

Dias

Dias me faltam para algo

Dias me sobram para a falta

Eu penso no seguinte, dia após dia

Ele pode mudar minha alma

Eu tanto relutei e evitei

Mas ele veio quando eu não via

Distraído, esquecido... Ele me pegou

Quase pego ele, bem que tentei!

Mas a vida renova e é dia

De começar e recomeçar

Algo novo que ainda não inventei

Algo velho, que sempre temi

Temo mas não tremo, diante de nada

Pois uma coisa que aprendi

É que quando é chegada a hora

Há de se ter que partir

Seja de corpo ou de alma

Seja como eu li ou escrevi

Atitude. Bato palma.

Encarno. Eu já bem que mereci.

Talvez eu erre por uns dias

Talvez eu erre por uma vida

A vida talvez erre por mim

Talvez eu nem mereci.

Parati, para Li


Plantei a paisagem mais linda
No meio da minha casa
Escancarei toda a janela
Só pra ver o sol entrar
Tornei a minha sala
Um ambiente familiar
Pintei as paredes
Feito arco íris
Tirei todas as portas
E todos podem passar
Decorei minha estante
Com livros variados
Aventuras e romances
E muitos de humor
Rasguei o piso inteiro
Deixando terra batida
Para poder plantar
Pisar o chão, sentir a vida
Por último abri meu coração
Expulsei todo ressentimento
Só deixei coisas boas
E quero você aqui dentro...

 

 

 

sábado, dezembro 15, 2012

Sou o maior

Eu mando em você!
Eu faço querer, entender
Eu faço amar, odiar
Eu faço saber, aprender
Eu faço crescer, brilhar
Sou responsável por tudo
Ajo logo ao amanhecer
Faço você de bobo, iludo
Dou lembrança e faço esquecer
Mas sou um bom curandeiro
Faço das amizades inseparáveis
Tiro sofrimento por inteiro
Torno as pessoas admiráveis
Porém, sou implacável e cruel
A quem não dê valor pra mim
Levo à penúria, julgo como réu
Quem me desperdiça assim

Prazer, meu nome é TEMPO.

Papo de Deus

Então Deus disse:

"Eu te dei o ar
Te mostrei o mar
Te aqueci com a luz solar
Coloquei os pássaros a cantar
Plantei flores pra te alegrar
Te proporcionei um lar
Te dei com o que sonhar
Contei histórias pra te ninar
Te ensinei a desde cedo a voar
Te acompanhei para realizar
Vibrei com o seu despertar

Em troca só pedi para respeitar
Respeite a natureza, respeite os seus irmãos, respeite qualquer tipo de ser humano, respeite os animais, respeite tudo e todos que por MIM foram feitos e respeite como eles são... Afinal EU os aceito assim."

terça-feira, setembro 11, 2012

Apenas tentei

Eu tentei. Não vá dizer que não tentei...
Fracassei, mas enquanto pulsar sangue
Vermelho (fosse azul seria diferente, não sei)
Tentarei, lutarei. Mas não se zangue!

Aquele que está no plano maior
Me ilumina, me dá muitas chances
Por vezes consigo ser melhor
Na maioria, sou pior que antes

Mas acredite que no meu coração
Só tem honestidade, bondade e amor
Mesmo que não mostre em ação
Mesmo que, às vezes, eu provoque dor

Tomai o meu ser, qualquer guardião de luz
Arranque de mim tudo que cause mal
Se preciso me pregue numa cruz
Mas conceda a paz que sonho, afinal

Como as flores que são minha alusão
Mais uma vez destroçado serei
Na próxima primavera verão (verão!)
A beleza aos olhos, novamente eu trarei

quarta-feira, setembro 05, 2012

Meus medos, meus segredos

Estou conhecendo os meus medos
Desbravando eu mesmo pelo avesso
Reconhecendo os meus segredos
Redescobrindo meu verdadeiro preço

Buscando onde deixei a coragem
De lutar e me expor para o mundo
Procurando aquela velha imagem
Do perfeito imperfeito ser profundo

Tal nostalgia não me causa dor
Tampouco o medo me desconforta
Sinto, ao contrário, muito calor
Um turbilhão que bate a porta

Muito tenho ainda a produzir
Minha expressão não vai calar
Pois existe em mim um grão visir
Uma força que pulsa no ar

Que me faz vezes sonhador
Introspectivo, rude, silencioso
Vezes com ímpeto de lutador
Forte, expressivo, estrondoso

E nessas metáforas inquietas
Sigo também inquieto
Como a maioria dos poetas
Com destino quase certo

sexta-feira, agosto 19, 2011

Súplica e morte de um idealista

Que faz um revolucionário fora do seu tempo?
Já que os objetivos de massa se confundem com os objetivos particulares?
Já que não temos por quem lutar porque os ideais não são mais ideais?

Que faz um revolucionário fora do seu tempo?
Que dá a sua vida para que lutar pela melhoria da vida do povo, se o povo quer apenas o que é banal?
Que ao lutar por uma vida globalizada, sonha com a melhor distribuição de renda e descobre que há uma maior distribuição de misérias?

Que faz um revolucionário fora do seu tempo?
Que pensa em chegar ao poder e poder fazer o que há de melhor para o seu povo?
E descobre que o revolucionário de ontem é o poderoso de hoje, usufruindo também da miséria e falta de cultura de seu povo?

Que faz um revolucionário fora do seu tempo?
Quando descobre que o capitalismo é uma doença que ataca e contamina todo e qualquer ser que entra no poder?
Quando descobre que os poucos que não são enraizados pela doença se transformam em minoria? E se juntam as massas?

Que faz um revolucionário fora do seu tempo?
Ao perceber a inversão de valores que as grandes mídias, disfarçadas de “aliadas do povo” enxertam em suas cabeças?
E que os grandes pensadores, só o fazem para benefício de si e dos seus?

Que faz um revolucionário fora do seu tempo?
Ao descobrir que a relação entre a burguesia e o revolucionário é comprada por míseras moedas?
Quando percebe que o bem próprio está acima do bem comum, até na cabeça de quem prega a liberdade?

Que faz um revolucionário fora do seu tempo?
Senão lamentar e saber que nada pode ser feito, senão pela educação e cultura que nos é privada?
Morrer, com sua bandeira hasteada pela metade, lembrando um pedido de rendição?

É o fim da luta, pois o objetivo se transformou em objeto e a moralidade se transformou em banalidade.
É como se as pirâmides estivem de cabeça pra baixo e o povo acreditasse que está por cima.

Mini Rosa

Encantadora, autêntica mini flor
Usa o orvalho pra se maquiar
Desponta como sinônimo de amor
Nada é capaz de te ofuscar
Não te podo para que não cresça
Tua beleza pequena e imensa
Faz com que tudo aconteça
Do nascer do sol até a lua intensa
Teu perfume é encantador
Tuas cores vem do arco íris
Nem teus espinhos me causam dor
Tão sublime, és uma atriz
Meus olhos não param de te seguir
Nem que tuas pétalas o vento leve
Pois muito em breve, há de surgir
Num toque de seda, tua nova pele
Me tiras tudo, sem compaixão
Me tiraste a falta de inspiração
Me tiraste toda a inquietação
Me tiraste toda a falta de emoção
Ainda que seja somente um botão...
...me enfeitiçou, me fez perder a razão

quarta-feira, agosto 17, 2011

Mercedes Sosa

Quem é esta nossa mensageira
Nascido en suelo Argentino
Tão grande e expressiva guerreira
Por su pueblo vivió su destino

Com sua música folclórica entoou
Y lidero El movimiento “Nueva Canción”
A voz dos “sem voz” encarnou
El sueño de uma mejor nación

Peronista, de grande coração
Seguido las ideas de Eva Perón
Patriota e Deusa da canção
Lider del movimiento y la acción

Sua voz jamais há de se calar
Su canción nunca va a terminar
Suas idéias vão perpetuar
Seguimos a soñar

segunda-feira, agosto 15, 2011

Pé de manga

Pé de manga onde nasceste?
Na rua das Palmeiras, mas é mangueira!
Por tanto tempo se escondeste
Plantada na calçada, sua parceira

Só hoje reparo em ti
Que solidão assistida
Vou chegar até ai
E te salvar desta vida

Vou te levar pra minha terra
Que tem palmeiras e sabiá
E de lá não se espera
Que tu não voltes a sonhar

Lá tem chuva, vento e brisa
Uma casinha apenas, que abriga
Um bom senhor de boa vida
Que trata de natureza agredida

Daí teus frutos voltarão a brotar
Tuas folhas ficarão verdejantes
Tua sombra irá nos contemplar
E meus olhos ficarão radiantes

Rolê (Música)

Eu sai para dar um role
Passear lá na Matriz
Mas onde está você
Será que não mais me quis?

A noite eu to no Gruta
Lá tem som pra valer
Cerveja e mulherada
Tudo pode acontecer

A lua no céu ta cheia
E eu pensando em você
Eu vô de inteira e vô de meia
Até você aparecer

Eu sai para dar um role
Passear lá na Matriz
Mas onde está você
Será que não mais me quis?

Passo lá no Alemão
E como pra valer
Tomo outra lá então
E nada de você aparecer

Acho que eu cai de moda
Pois você não me quer mais
Vou voltar pra minha estrada
Até você correr atrás!

Eu sai para dar um role
Passear lá na Matriz
Mas onde está você
Será que não mais me quis?

quarta-feira, agosto 10, 2011

Ah o amor...

Ah o amor...
As vezes ele anda meio sumido
Outras nos traz dor!
Mas quando vem sem aviso...
Causa um imenso furor
É como ver um antigo amigo
Conhecer um novo sabor
Viajar sem destino certo
Voar sem sair do chão
Querer ficar bem perto
Ver estrelas na escuridão
Acreditar que está tudo certo
E que a vida nunca é em vão
Sempre há esperança
O ódio perdeu e sumiu
E como o olhar de criança
Que acredita em tudo que viu
Ah o amor... Ah o amor!

terça-feira, agosto 02, 2011

Você NUNCA está sozinho!

Não seja ingrato! Solidão não existe! Você nunca está sozinho!

Quando você está triste, existem pessoas que vem para se certificar que são mais felizes que você!
Quando você está alegre, existem pessoas que vem para estragar a sua alegria!
Quando você está sozinho, existem pessoas que estão ao seu lado, construindo muros para que ninguém chegue perto de você!
Quando você está rico, existem pessoas que vem para roubar suas moedas!
Quando você está almoçando, existem pessoas que vem salgar a sua comida!
Quando você está se levantando, existem pessoas que estão se deitando!
Quando você está caído, existem pessoas que vem correndo para poder pisar em você!
Quando você está dormindo, existem pessoas que vem acabar com os seus sonhos!
Quando você está descansando, existem pessoas que vem tocar corneta ao seu lado!
Quando você acha que um dias as coisas vão melhorar, existem pessoas que acham que as coisas vão piorar!
Quando você está com Deus, existem pessoas que se afastam...

Não seja ingrato! Solidão não existe! Você nunca está sozinho!

quinta-feira, julho 21, 2011

Me sinto só(L)

Cai a tarde, a brisa logo vem
Da janela penso sem querer
Quero algo que ninguém tem
Talvez nem é de ter, é de ser

Um pensamento mais profundo
Um pesar menos obscuro
Sensação de estar no mundo
Sem passar nenhum apuro

Deve ser esta indefinição
Do que eu sou e não se nega
Sem nenhuma perfeição
Mas quase ninguém enxerga

Porque tantas interrogações?
Será para atordoar meu interior?
Estas infinitas inquietações
Me impedem de ser um ser melhor

O que seria do sol a se por
Da lua intensa a brilhar
Da imensa nuvem de isopor
Sem eu para contemplar?

quinta-feira, julho 07, 2011

Sete do sete

Os números ímpares sempre me deixam feliz
Mas tem um sete que me apavora
Me deixa triste, pensativo, por um triz
Daí eu fico só e choro. Ele vai embora
O sete que me faz ter receio
É um sete duplo, quase insano
Vem com uma barra no meio
E aparece uma vez só por ano
Ele me prende dentro de um sentimento
Me faz contar as horas, até no leito
Me faz relembrar tudo até o momento
E arrepender pelo que eu não tenha feito

Medo

Eu tenho medo

Que não me queira
Que não me deixe
Que não seja besteira
Que não se queixe
Que não tenha coragem
Que não me aceite
Que não siga viagem
Que não se deite
Que não veja o mal
Que não sinta o bem
Que não tenha o sal
Que não seja ninguém
Que não consiga ser feliz
Que não tenha sonho
Que não faça o que fiz
Que não seja risonho
Que não esteja no caminho
Que não tenha a última chance
Que não ande sozinho
Que não cante e dance

Que não tenha medo

Quem espera sempre al(cansa)

Não adianta tentar me dizer
Que estrada eu devo seguir
Eu conheço o caminho, a não ser
Que para mim você queira mentir

Não me iluda mais com promessas
Pois talvez eu nunca tenha acreditado
E a qualquer momento posso ir às pressas
De volta ao meu sonho. Mas acordado.

Como as borboletas o meu vôo é incerto
Mas é com certeza por intuição
Que vou para muito longe ou perto
Buscando a vida e seguindo a canção

Eu sei exatamente o que eu quero
Estou apenas um pouco atrasado
Acreditando que o que eu espero
Venha, mesmo que eu já esteja cansado

Porque se cansado estiver, mas receber
Será como uma fonte de juventude
Juntarei a experiência e o merecer
E terá tido valor toda a minha atitude

quarta-feira, junho 29, 2011

Gelo

Quando você me vê e me dá valor
Diminui em muito a minha dor
Emoção no peito, sinto de volta o calor
Bate o coração e palpita em mim o amor

Quando você olha e não me nota
Faz com que meu mundo desabe
Me sinto um completo idiota
Dá uma tristeza que você nem sabe

Morro aos prantos, não insisto
Vou para os cantos sem direção
Saio de cena, desisto, não existo
Me encontra e me toma a depressão

Me faz perder
A fala e palavras
E acontecer
O que esperavas

Estou
Sumindo
Acabou
Resumindo

Não
Existo
Sem
Você
...

segunda-feira, junho 27, 2011

Tristeza tem fim!

A tristeza foi realmente embora
Está tão distante que parece nunca ter existido
Não que eu esteja com saudades agora
Mas estou inquieto, chorar não faz motivo
O tempo lhe causou estragos
E o vento facilmente a conduziu
Ela foi para o lado dos fracos
Pobre pagã, nem notei quando partiu
Mas se um dia resolver voltar
Lembre-se de vir bem preparada
Não deixe de muito se armar
Pois a alegria está aqui acampada
E como nem o sol e a lua devem
Estar no mesmo lugar ou se encontrar
Nem o bem, nem o mal servem
De exemplo ou motivo para voltar
Quem ama o mundo mata as suas sedes
Quem acredita em sereia chora duas vezes

sexta-feira, junho 03, 2011

Oração do Ulee

Papai do céu, obrigado pelas sementinhas que me deu. Eu fiz como o Senhor falou, plantei e cuidei delas com carinho e amor. Não deixei que nada faltasse, apesar que acho que o Senhor deu uma ajuda pois quando eu precisava de sol ele aparecia, de chuva, ela vinha e tantas outras coisas. Agora elas são árvores grandes e bonitas. Entendi também porque eu deveria perdoar meus inimigos que tentassem derrubar as árvores... E acredito que antes do tempo que o Senhor falou elas vão agüentar uma rede para que eu descanse. Ah, já ia me esquecendo! Já estou colhendo algumas frutas, sem esquecer de replantar algumas sementes. Tem uma dúvida que me acompanha a muito tempo: Por que nem todos seguem o que o Senhor diz, se é tão fácil e torna a vida tão boa? Será que eles não sabem que são árvores de felicidade? Bom, continuarei a tentar ajudá-los, quem sabe um dia... Amém.

quinta-feira, junho 02, 2011

Veneno não mortal

Rendo-me a ti novamente
Óh senhor do destino
Estranhamente tropeço
Apesar de ser sem sentido
Aprendi a lutar com garra
Melhor que isto, a me defender
Mas as vezes, na marra
Algo me faz perder
Perder apenas uma batalha
Mas não esmorecer
O inimigo tarda mas não falha
E sempre tenta me enfraquecer
Mas o seu veneno não mais mal faz
A mim, quanto faz maior a ele
E meu destino é de paz
E o veneno que uso é dele

terça-feira, maio 03, 2011

Fragmentos de liberdade

Armo-me de minha espada
Transporto-me pela máquina do tempo
Fujo do teu mal, que é o dinheiro
Vou lutar contra ele lá no inicio
Vou brigar pela liberdade
Como tem que ser, o mundo é nosso
Quero ir de Louisiana à Minnesota
Sem que ninguém me impeça
Sem que me peçam carimbos
Pois os carimbos servem para marcar
Os corpos dos soldados que caem
Vou tomar da fonte da juventude
Que fica em Isla de la Juventud
E lutar pelo ideal socialista
Começar tudo de novo
Mas com a melhor distribuição de renda
A divisão de tudo que nos pertence
Pois Deus criou assim, para todos
Não seria o homem, por seu capitalismo
Que teria o direito de mudar
E de ditar as regras do que é bom ou ruim
De quem merece ou não, acredite
O sonho não acabou... Mesmo que continue sonho

Faces de algo

Esta é a face que levo comigo
É por esta face que você me reconhece
A face da face me transforma em mil faces
Onde elas interagem entre si
E a junção de várias destas faces
Criam as personagens que encarno
Sejam elas de boa face e fase
Ou somente faces de esperança
Nos momentos mais íntimos
Quando estou face a face
Entro em conflito com as controvérsias
Me confundo com as extremas
E me perco com todas as facetas
Mas quando todas as faces se unem
Me torno eu mesmo, bem mais forte
Em total sincronia, uma a uma
Se mostram à confundir quem me ouve
É onde sou plural e vou de zero a cem
Em muito menos de um segundo
Também é nesta hora que encarno
O mais doce do mel e o mais azedo do limão
Podendo ser o melhor em tudo
Querendo ir imediatamente ao céu
E merecer ver a face de Deus
Ou podendo perder tudo em vão
Assim são as minhas faces
Que quando não estão em sinergia
Se perdem pelo mundo afora

terça-feira, abril 26, 2011

A filha de lá

O seu nome eu mal sei escrever
O seu rosto tento me lembrar
Onde quer que eu ande não vou te esquecer
Eu estou no seu sangue e vou ficar

Pelo Brasil todo eu já andei
Em cada rosto eu te desenhei
Em muitos lugares como aqui eu parei
E fiquei a sonhar com seu olhar

Sem te conhecer dedico estas menções
Que se souber juntar formará o meu ser
Faço melodias e escrevo canções
Mas um dia, um dia irei te ver

Contemplar o seu sorriso
Certificar o que a mim foi dito
Que sua beleza exterior
É só menor que a interior
E do tamanho do meu amor

Nunca estivemos juntos
E ninguém é capaz de separar
Somos dois conjuntos
Unidos, sem se falar. Só amar.

quinta-feira, março 31, 2011

O vôo da gata

A gata louca passou na minha frente
Correndo, quase causou um acidente
Subiu numa árvore atrás de comida
Mas a ave voou e ela ficou muito arisca

Tinha o tom do pelo amarronzado
O olhar era bem destemido
Seu dente era muito afiado
Seu rabo era meio comprido

Botou suas garras pra fora
Lambeu suas quatro patas
Me olhou com cara de desforra
Foi na direção de outras gatas

Lá parecia a chefe da gang
Como quem ordenava dar o fora
Uma a uma foi pra distante
Ela fez cara de mau e foi embora

terça-feira, março 29, 2011

Sol

Onde vai você que me aqueceu?
Iluminou todo o meu dia
Já se esqueceu?
Que eu pra sempre te queria?

Me deixou só na noite fria
Na escuridão e imensidão
De uma caminhada sem guia
Totalmente sem condição

Mas amanhã bem cedo
Talvez antes que eu me levante
Sei que estará aceso
E mudará o meu semblante

Brilhará de forma habitual
Encherá nossos olhos com sua realeza
Fará a sua volta escultural
Nas nos deixará de novo, que tristeza

Sol, sou somente seu simplório seguidor...

quarta-feira, março 23, 2011

BLUES EXAGERADO (Letra e música de Ulisses Andrade e Sergio Gomes)

Sou franco e falo muito, as vezes bebo demais
Eu também quebrei o muro, nasci a um minuto atrás

E já vou em frente, cantando
O meu Exagerado Blues

Pensar grande é minha paz, mente aberta e cada vez mais
O exagero me seduz, qualquer estrada me conduz

E ando em frente, cantando
O meu Exagerado Blues

Eu estrapolo o estrapolado, não sigo desacompanhado
Se um é pouco somos dois, o resto deixo pra pensar depois

E sigo em frente, cantando
O meu Exagerado Blues

Eu sou mesmo arrojado, sei sou muito exagerado
Vou vivendo esta canção, eu deixo tudo mais de lado

E vou sempre, cantando
O meu Exagerado Blues

segunda-feira, março 14, 2011

Nada

Este nada que eu sinto agora
Parece com o nada do passado
Um nada vindo de fora
E se encostando do meu lado

É um nada mais vazio
E mais imenso também
Me deixou a meio fio
E me sentindo sem

Mas estou me acostumando
Vez por outra ele volta
Deixo ele no seu canto
Mas ele não me solta

Ele quer que eu também seja nada
Mas não pode me engolir
E mesmo que ele me invada
Sou maior que ele, pode vir!

quarta-feira, março 09, 2011

A você...

A você que se indigna
Com toda desigualdade
Se preocupa com a sina
Dos mendigos da cidade

A você que quer defender
As pessoas sem maldade
Ama todo e qualquer ser
E se irrita com falsidade

A você que se preocupa
Com a torneira a escorrer
Com o pai que não educa
E se nega a compreender

A você que luta pela vida
Da manhã ao anoitecer
E bem cedo se agita
Levanta e faz acontecer

A você que divide com alguém
O único pão que tem
Não importa seja quem
Me chame de irmão também

Nós estamos nesta luta
Nunca vamos desistir
Quem comeu desta fruta
Valeu a pena em existir

“Se você é capaz de tremer de indignação toda vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros”

Ácido

Quem sabe seja a hora de ir
Quem sabe valha a pena ceder
Largar tudo e partir?
Esperar o que não vai acontecer?

Estou consumido pela ingratidão
Minha essência se dilui, em vão
Não existe a palavra perdão
Só desperdício e incompreensão

Não consigo escrever direito
Invade-me a solidão
Eu, que quase tudo tenho
Morro por mera ambição

As facas que apunhalam meu ser
Vem da minha própria aquisição
Tomam o meu corpo e meu prazer
E vibram a cada manipulação e traição

“Daí a Cesar o que é de César”

quarta-feira, março 02, 2011

Se perguntarem por mim...

Se perguntarem por mim
Diga que a um tempo eu sumi
Sai pelas estradas sem fim
Simplesmente desapareci

O motivo foi aborrecimento
Pressão em cima de pressão
Muitas coisas sem argumento
E falta de empolgação

Agora vejo o sol nascer
Ando sempre por lindos lugares
Se eu quiser durmo ao anoitecer
Se não quiser fico nos bares

Trabalho, mas só um pouco
Em compensação vivo muito bem
Rodo como um louco
Se eu quiser vou além

Vejo as flores a balançar
As borboletas a voar
Minha moto a rodar
O mundo a me encantar

quinta-feira, fevereiro 24, 2011

Dona Carmelita

Lá do alto dos seus setenta e poucos anos
Desponta uma doce senhora
Com jeito quieto e muitos planos
Gentil, não tem quem não adora

Do seu olhar que tudo viu
Se enxerga a imensidão do ser
De quem uma vida inteira já viveu
E tem mais outra inteira a viver

Dizem que ela era de muita braveza
Tipo uma general, uma autoridade
Mas eu encontrei foi só delicadeza
E uma seqüencia de bondade

É como Caymmi sempre dizia
O bom mesmo é descansar
Quero ir sempre à Bahia
E ter a D. Nena para visitar!

Vou ando

Eu andava muito nervoso
A raiva era tanta dei um salto
Depois mais um de novo
E sai voando bem alto

Lá de cima eu via
Os prédios e casas
O transito não fluía
Como era bom ter asas

Olhei no relógio e ainda era meio dia
Pensei: Já que estou aqui, onde posso ir?
Já sei! Vou voando para a Bahia
Lá ver as praias, visitar a vó Nena e curtir

Mas o vento estava muito forte
E eu não saia do lugar!
Não ia para o sul nem para o norte
Porque, se eu podia voar?

Eis que tão de repente
Um puxão na perna eu senti
Era a minha mãe, já descrente
Que até aquela hora eu dormi...

terça-feira, fevereiro 22, 2011

Beijovem

Os jovens estão sempre a se beijar
Que angústia, não vêem a vida passar!
O fazem só para nos fazer pensar
A quanto tempo éramos jovens à sonhar

O tempo se foi com o vento
Mas continuamos a sonhar
A vida passou à contento
E nós paramos de beijar!

A borboleta não perde seu amor
Pois não se importa com a idade
Não deixa de beijar sua flor
E leva a vida com naturalidade

O que nos faz então
Em vez de beijar, reclamar?
Envelhecemos em vão??
Deixem os jovens se beijar!

terça-feira, fevereiro 15, 2011

Solidão

A chuva veio e não te molhou
O vento veio e não te levou
A árvore tombou e não te acertou
O carro passou e não te atropelou
A casa caiu e não te acertou
O sonho veio e não te encantou
A fome veio e você não almoçou
O veneno veio e não te envenenou
A bebida veio e não te embriagou
O sol veio e não te queimou
A noite veio e não te assustou
O frio veio e não te congelou
A vontade veio e não te saciou
O amor veio e não te contagiou
A raiva veio e não te dominou
O remédio veio e não te curou
A polícia veio e não te enfrentou
O dia amanheceu e não te alegrou
A barba cresceu e você não raspou
O chuveiro veio e você não banhou
A roupa serviu e você não usou
O sapato você não calçou
A morte veio e não te matou

Mas a solidão veio e te incorporou

Freguesia do Ó II

Declaro meu amor a ti novamente
Oh Matriz tão elegante
Sua noite, sua gente
Me mantém em êxtase

As estrelas ficam faceiras
À circular tua torre
As pessoas ficam arteiras
À circundar sua praça

São muitas vidas na tua vida
São muitas estrelas que nos tocam
Uns de chegada, outros de saída
Muitos jovem que à vida posam

Não há de ser diferente
No próximo milênio também
Rainha nunca perde a majestade
Nem a gloria de outrem

A te rodear posso ficar horas
Nem penso em te deixar
Nem deixo de em ti pensar
Me honra este amor que aflora

quarta-feira, fevereiro 09, 2011

O Mar

O mar traz a imensidão
Traz ternura e indagação
Porque tanta água junta?
Tão salgada para nossa indignação?

Ele representa o infinito
Nos faz perder os sentidos
Nos cerca por todos os lados
Navegadores foram possuídos

Habitat de embarcações e piratas
Natural de baleias e tubarões
Muitos tentaram te dominar
Poucos voltaram campeões

Para nós, simples poetas
Covardes em se expor e falar
Restou olhar sua grandeza
Escrever, ler e sonhar...

Vagabundo

A vida que eu levo
É a vida que você sonhou...
A nossa diferença é que eu
Sempre fui e sou o que sou

Por alguns sou taxado
De inconseqüente e inacabado
Mas na verdadeira verdade
É comigo que você tem sonhado

Vagabundo sim, mas as vezes
Louco também, sempre
Mas com toda disciplina
E respeito com toda gente

Ando dentro da lei
Mas não sou delegado
To ai pela selva
Sou sempre exagerado

Me ame ou me odeie
Mas acompanhe meus passos
Saiba tudo da minha vida
Pois as barreiras eu ultrapasso

“Quem é de fé vem comigo”

sexta-feira, janeiro 28, 2011

Pétalas

Como as pétalas que caem
A essência de todos os amores
Você está em todos os lugares
Mesmo que seja no mais distante
E que este distante seja tão perto
Como a distancia entre a mente e o coração
Aflora em mim, outra vez (talvez)
A necessidade de algo tão certo,
Bem perto mas tão fugaz, que se faz
Então necessário parar de pensar
Ainda que implorar-te-ei
Aparecer repentinamente da imensidão
Como quem invade sem solenidade
Um coração, que está cansado (idade?)
Que antes de pulsar, toma fôlego
Pra não cessar esta nostálgica falta
Que na prática, mais bem do que mal faz
Pois assim meio sem sossego
Escrevo em busca de algo mais
Que nem mesmo a mente pode dar
E se desse, o coração não iria agüentar
Pois felicidade em demasia
É como banho de água fria (sacia?)
Em noite quente de verão
Óh pobre coração, de que reclamas então?
Tente apagar de sua mente (novamente)
Que exista algo melhor que pulsar
E deixe as pétalas que caem
Seguirem seu destino (desatino?)
Pois apesar delas, as flores continuam lindas
E a primavera (estação mais bela) ainda vai chegar...

terça-feira, janeiro 25, 2011

Freguesia do Ó

És um dos bairros mais antigos
Do então chamado além Tietê
Com muito charme e motivos
Para ser meu bem querer

Abençoa-nos Nossa Sra. Do Ó
E a todos os “filhos da igreja”
Pois assim é sua tradução e só
Rogamos para que nos proteja

Santa era a devoção de Manuel Preto
Bandeirante inspirado em NS Expectação
Que acrescentou o Ó do coreto
Outrora antífona cantada na oração

A sua população de “caipira”
No chamado Verde Cinturão
Deu vida à então nobre Vila
E base de tudo que temos então

Com ar e jeito de cidade do interior
Mas que de monotonia nada tem
Adoramos a Igreja e a praça com amor
Queremos te ver alegre e sempre bem

Conserve suas ruas pequenas
Arquitetura e formas também
Paisagem bucólica e árvores serenas
E todo este charme que mantém

Inspiração para o poeta de toda gente
Que ao passar, imortalizou a canção
E para mim, que a idolatro sempre
Quero venerar-te e viver esta emoção

Virago 535

Seu ronco atrai meu olhar
Suas linhas são eternas
Sua perfeição é de admirar
Quero te ter entre as pernas

Sua agilidade me seduz
Seu brilho me guia
Seu cromado reluz
Você é a perfeita simetria

Tem 535 cilindradas
Mas voa como um pássaro
É a rainha das estradas
Por onde passa deixa seu rastro

Não há neste mundo
Maior sincronia e perfeição
A Virago 535 é tudo
Viva a marca do diapazão

Reage Reggae

Eu sou de São Paulo
Mas não tem nada não
Você que é de fora
Me ajuda nesta canção

Nós vamos ao parque
Tomamos cerveja gelada
Curtimo a balada
E você ta convidado
A fazer parte desta jornada

Eu curto Reggae
Eu vivo do Reggae
Quem me acompanha?
Vem e me segue...

Vivemos a vida
Sem preocupação
Vivemos mais e mais
Com amor no coração
Se você é meu irmão
Me ajuda nesta canção

Eu to numa boa
Na maior agitação
Se você é do Reggae
Me dê sua mão

Eu curto Reggae
Eu vivo do Reggae
Quem me acompanha?
Vem e me segue...

segunda-feira, janeiro 24, 2011

É só mais uma de amor

Vamos falar do amor então
Que nos aquece o coração
E que tem esta enorme intensidade
Que dividimos com nossa metade

O que temos é um inteiro
A parte dela dividida ao meio
E a nossa outra metade que é igual
Juntas formam o incondicional

Nos supre de qualquer necessidade
Desata todo e qualquer nó
Nos faz sentir felicidade
A vida é um pão de ló

Quando chega é arrebatador
Parece que nem cabe em nosso peito
Depois se aloja e passa a por
Tudo em seu devido lugar, do seu jeito

Se ele vai embora
Nos devasta com brutalidade
E a gente muito demora
Pra retornar a realidade

Se ele em nós permanece
Lindos e tolos ficamos nós
Do que é bom não se esquece
Não vá embora, não nos deixe a sós!

Papo embalado

Eram duas balas muito simpáticas
Que viviam em um certo baleiro
E um dia contando suas práticas
Em escapar das mãos do menino arteiro

Papo vai papo vem, não sei o que
Uma delas falou, sedenta
Estou muito a fim de você
Saborosa bala de menta

A outra não deixou por menos
E desenrolando um lado de seu papel
Piscou, fez charme e disse temos
Que fugir daqui usando um rapel

Assustada e muito abalada
A Bala um falou um pouco acanhada
Quando sairmos vamos a uma balada!
E a bala dois ficou super animada!

Mas correndo o menino chegou
Pegou a bala um e mastigou
A bala dois ele nem desembalou
Comeu com papel e tudo, até babou...

E as balas morreram tristes para sempre.

A dura vida de um anjo...

E lá estava ele de novo entediado...
“Quando vou reencarnar?”
Esbravejou um tanto indignado
“Calma, estou a estudar”
Respondeu um Fariseu, indicado a lhe orientar
“Estou de saco cheio desta asa!”
“Terá que aguardar, é só o que posso falar”
"Ah sim! E depois voltar 'praquela' casa?
“Tenha paciência, ninguém volta pro mesmo lugar”
“O lugar sempre muda, eu sei, mas a sorte...”
“Tem que aprender a se contentar”
“Ah claro, não foi você que na primeira já nasceu pobre”

“Depois achei que ia compensar...
E lá fui eu de novo, achando que seria um nobre...
E no que deu então? Outra enganação!
Nasci negro, antes da lei da escravidão!!”

“Meu filho, se o Mestre superior quis assim
É porque assim devia ser, não importa
Se a hora é esta, pois sim
Você vai, e não antecipe de novo sua volta...”

“Você está falando da quarta descida?
Passei no ventre o maior sufoco
Me apertou aquela mãe suicida
E quando nasci, não fui eu que quis, era Nat Morto”

“É como eu sempre digo
Você reclama de tudo
Quando está aqui fica desiludido
Quando desce, volta arrependido
Você reclama de barriga cheia,
E eu que desci apenas uma vez?
Vivi no tempo da Santa Ceia
Não tinha nada que tem hoje, creia
E nem por isso eu lamento
Aceito pra que fui designado
Apesar deste tormento
De lidar com anjo tão mal educado”

“Eu sei que sou um pouco chato
Mas me dê uma força, por favor!
Não quero muita coisa de imediato
Apenas uma família rica e muito amor
Um carro, uma moto e um avião
Que eu consiga viver sem trabalhar
Passar pela vida como um garotão
Que a saúde sempre venha me visitar
Que eu viva mais de cem anos
Tenha muitos amigos a me cercar
Que eu não precise fazer planos
Para voltar tão cedo pra cá...
Ah! E se eu puder acrescentar
No Brasil eu quero morar
Não é pedir muito, tem que aceitar
É a condição mínima pra eu reencarnar!”